Veterano guitarrista finlandês retorna com novo registro de convidados especiais
Por Luiz Athayde
Comentar sobre a importância do guitarrista, compositor e cantor finlandês Timo Tolkki para o power metal é chover no molhado.
Computando 13 anos desde a saída de sua principal cria e que lhe catapultou para o universo deste subgênero metálico, o Stratovarius, seu currículo não parou de crescer, mesmo tendo como barreira seus problemas de saúde de cunho mental e, mais importante, trazendo novidades dentro de sua discografia.
É verdade que os que não curtem muito seu trabalho o acusam de sempre se guiar pelo mais do mesmo, como se fossem apenas sua famosa ex-banda mas com outro nome. E quem conhece a fundo sua obra, sabe que não é bem assim. Vide o Timo Tolkki’s Avalon, que agora chega no seu quarto lançamento, também pelo carimbo Frontiers Records: The Enigma Birth.
Bem como os álbuns prévios, esse veio recheado de participações especiais, tanto de novos talentos vocais, como o brasileiro ou “emulador de Bruce Dickinson” Raphael Mendes (assustadora sua semelhança com a voz do Iron Maiden), o cantor e ator norueguês PelleK Åsly, Brittney Slayes (Unleash the Archers), Marina La Torraca (Exit Eden, Phantim Elite), Caterina Nix, Jake E (Amaranthe); e os velhos de guerra James LaBrie (Dream Theater) e Fabio Lione (Angra, Turilli / Lione Rhapsody, Eternal Idol).
A formação também inclui gente gabaritada do meio: o baterista Marco Lazzarini e o tecladista Antonio Agate, ambos do Secret Sphere; e o baixista Andrea Arcengeli.
A faixa título, que inclusive abre o portal, dá uma falsa impressão de que virá uma parte 2 do clássico Episode (álbum do Stratovarius de 1996) ou qualquer coisa do supergrupo Symfonia (com o saudoso André Matos). O que se segue é uma variante própria de power metal e hard rock bem nos moldes da Frontiers, ou seja, um prato de peão para quem está familiarizado com composições deste naipe.
O balaio de “feats.”, por mais corriqueiro que seja, só ajudou o disco a não se tornar mais uma peça maçante dentre tantas que são lançadas por minuto. Claro que alguns destaques se fazem presentes como a hard “I Just Collapse”, o single mais que óbvio pelo seu peso e dinamismo “Beautiful Lie”, onde LaBrie brilha, e “Beauty and War”, mostrando por que Mendes ter sido convocado.
De qualquer forma, The Enigma Birth é o que se espera de um músico que possui décadas de estrada e que se convencionou a trilhar um caminho específico do metal, com momentos intensos do jeito que o estilo pede, sem deixar o modus operandi do double bass. Em suma, se quer algo inovador, corra para longe. Agora, se curte o Timo Tolkki de sempre, mas trazendo uns temperos a mais, aperte o play sem o menor medo.
Ouça o álbum completo no Spotify: