Banda teuto-sueca lança mão da experiência de seus membros para chegar ao seu ápice criativo
Por Luiz Athayde
Falar sobre heavy metal feito na Alemanha não é lidar com amadores. Alia-se a isso, uma banda detentora de uma cozinha fantástica e um vocalista sueco de alto nível – que na verdade é quase um pleonasmo. Pois é, temos o Mentalist.
Mas não só isso: eles voltaram com “O” álbum de estúdio, Empires Falling. Editado no último dia 16 de setembro pela Pride & Joy Music, trazendo 14 músicas, sendo 2 delas bônus para a edição em vinil e uma versão curiosa para a maravilhosa “Toy Soldiers”, da cantora pop Martika, exclusiva para o mercado japonês.
Os nomes envolvidos do teuto-sueco de Saarbrücken/Estocolmo também continuam sendo um atrativo, especialmente o do baterista Thomem Stauch, um dos fundadores do icônico Blind Guardian, criação que deixou em 2004 pela necessidade pessoal de continuar seu legado rápido e furioso com o então projeto Savage Circus.
No Mentalist foi diferente. Espadas e dragões deram lugar à política, sociedade e questões existenciais; temas tão usuais e intensificados nos últimos anos, mas para chamar a atenção, são poucos que conseguem.
Juntamente com os guitarristas Kai Stringer e Peter Moong, o baixista Florial Hertel e o vocalista Rob Lundgren, o grupo gerado na classe de 2018 estreou discograficamente em 2020 com Freedom of Speech. Já pelo título sabíamos do que se tratava. Já do lado sonoro, heavy metal com ‘H’ em uma mesla de riffs de potencial grudento e melodias que se aproximam e muito das clássicas power ballads dos anos 80.
O ano de 2021 foi a vez de um registro mais potente, e com isso, soltaram o excelente A Journey into the Unknown, passando batido pela famosa crise do segundo disco. No caso de algumas bandas, o ápice acaba ficando para o terceiro. Empires Falling possui todas as características que vêm fazendo deles uma banda com cada vez mais visibilidade, mas aqui, apresentando o viés melódico no “modo turbo”. Cortesia da influência de Iron Maiden estando mais nítida no decorrer das faixas.
Outro ponto importante no disco é a sua homogeneidade, ao nível de me impedir de sinalizar a melhor faixa. Mas, como aqui o lance é indicação, devo dizer que é simplesmente impossível ficar incólume a composições como “Solution Revolution”, “Stairs Of Ragusa” e “Heavy Metal Leia”, ao apresentarem o melhor que Omen ajudou a desenvolver: metal melódico alemão com o DNA da NWOBHM.
Para quem sente saudade dos tempos de Thomen tocando rápido, “Out Of The Dark” é a mais certeira por um motivo muito simples: seu estilo está ali, mas para somar com a abordagem própria da banda.
Em suma, o Mentalist até pode ser um nome novo no cenário, mas a experiência destes que estão comandando o barco heavy/power metal é de louvor. Não bastasse isso, o play conta novamente com a participação de Oliver Palotai (Kamelot) e Mike LePond (Symphony X) nos teclados e baixo respectivamente. O som forte, pesado e extremamente claro é também graças a assinatura do produtor dinamarquês Jacob Hansen (Pyramaze, Pretty Maids, Anubis Gate). Sem mencionar a capa assinada pelo renomado Andreas Marshall (Blind Guardian, Hammerfall, In Flames, Running Wild, etc).
Se quer começar a conhecer o trabalho destes caras, vai pela ordem de lançamento. Agora, que deseja apenas um, vá de Empires Falling. Grande álbum!
Ouça na íntegra pelo Spotify:
Thank you very much 🤘🏻🙂 Obrigado… you rock… from the full Band!