Blind Guardian: neste dia, em 1988, “Battalions Of Fear” era lançado

Alemães estreavam de forma crua, ríspida, mas já esboçando bons traços de melodia

Por Luiz Athayde

Neste exato dia, na classe de 1988, um dos expoentes do metal teutônico estreava discograficamente com Battalions of Fear, via carimbo No Remorse Records.

O Zeitgeist metálico incluía nomes como Helloween, Assassin, Tankard, Living Death, Kreator, Sodom e Destruction quando quatro rapazes de Krefeld, região de Düsseldorf, ainda assinavam como Lucifer’s Heritage.

Lançaram apenas duas demos: Symphonies of Doom (1985) e Battalions of Fear (1986), que acabaram servindo de base para o que viria se tornar o disco da nova alcunha – inclusive pelo título da segunda. Os melhores exemplos são: “Majesty”, “Halloween”, rebatizada como “Wizard’s Crow”; “Run for the Night”, e “Battalions of Fear”. Além de “Gandalf’s Rebirth”, figurando a faixa bônus da edição em CD.  

Blind Guardian em 1988. (Foto: Divulgação)

Na primeira demo, o vocalista Hansi Kürsch e o guitarrista André Olbrich contavam com Marcus Dörk (guitarra) e Thomen Stauch (bateria), enquanto na segunda, o guitarrista Christoph Theissen e o baterista Hans-Peter Frey assumiram.

O line-up clássico tomou forma em 1987, com a entrada do guitarrista Marcus Siepen e a volta de Thomen. Àquela altura, a formação germânica já poderia gozava de uma considerável experiência, então, seu próximo passo foi naturalmente a gravação de um disco cheio.

Nos meses de outubro e novembro daquele ano, o quarteto se enfurnou no Karo Musikstudio, em Münster, Alemanha, e pela primeira vez teve Kalle Trapp a comando da produção – o outro seria no álbum subsequente, ‘Follow the Blind’, de 1989 –, um especialista tanto em bandas thrash quanto com artistas pop.

Em vídeo comemorativo de 35 anos do icônico registro, Marcus Siepen comentou: “Foi a primeira vez que gravamos um álbum profissional em um estúdio, o que foi uma viagem, porque antes disso a gente só havia gravado demos e demos e demos.”

Há longos anos que o Blind Guardian é conhecido com um dos expoentes do heavy metal alemão e do power metal em geral. E não é por acaso. Sua estreia é marcada pela agressividade condizente com o período, e a rispidez que o estilo sempre pediu. No entanto, a adição de melodias em meio a essa receita, que trazia influências de thrash metal e do poderio melódico do Judas Priest, e também Iron Maiden, fizeram a diferença.

Quanto aos temas, inspirações que a banda levaria para boa parte de sua discografia, ou seja, J.R.R. Tolkien (“Majesty”, que teve como norte O Senhor dos Anéis) e Stephen King (“Guardian of the Blind”, essa inspirada no romance It).

Para um grupo ainda desconhecido e, principalmente, debutante, a recepção foi boa. Battalions of Fear recebeu nota 9 na revista Rock Hard, e na parada oficial alemã, o álbum alcançou a 53ª posição de vendas.

No âmbito dos licenciamentos, Battalions of Fear ganhou algumas reedições em vinil, cassete e CD, incluindo a de 2007, onde apresenta 4 faixas bônus extraídas das demos do Lucifer’s Heritage.

Battalions of Info:

+ A arte da capa é assinada por Detlef Van Waay, que só trabalhou posteriormente no álbum do Acid de 1989, ‘Don’t Lose Your Dreams’, em ‘Follow the Blind’.

+ Trechos de “Gates of Moria” são extraídos da nona sinfonia do compositor checo Antonín Dvořák, “From the New World”.

+ A introdução de órgão de “Majesty” é uma versão da valsa “The Blue Danube”, de Johan Strauss II”.

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