Lifeforce – Apokalipsis (2022)

Banda lança seu aguardado segundo álbum de estúdio por carimbo independente

Por Luiz Athayde

O Lifeforce lançou, após 17 anos, seu aguardado álbum de estúdio: Apokalipsis.

“Chinese Democracy do Prog”? Até poderia ser, caso fazer heavy metal no Brasil não fosse um parto. Sua gênese data de 2001, quando o guitarrista Alexandre Lopes batizou seu projeto de Deadly Sins. Após mudanças na formação – até então uma constante em sua história – e com uma nova alcunha, em 2005 debutam com o autointitulado disco.

Os anos passaram, o cenário local manteve-se em sua inércia, e em 2020, durante a pandemia do Covid-19, gravam sua apresentação no Estúdio Showlive, apresentado por Clemente Tadeu (Inocentes, Plebe Rude). O EP Revelations veio na sequência, mas ainda faltava o álbum.

Lifeforce (Foto: Divulgação)

E veio. Com toda a força de um line up novo em folha. Por uma questão de estratégia, Alexandre passou a integrar os bastidores atuando no empresariamento do grupo formado por: Julliano Barcellos (vocal), Júnior Comper (guitarra), Diego Skda (baixo), Matheus Cutini (teclado) e Gustavo Bride (bateria).

Apokalipsis apresenta 14 músicas, e seu tema, como o próprio título denota, aborda o Livro de Apocalipse (ou “O livro da revelação”) da Bíblia cristã, com seus acontecimentos narrados em primeira pessoa.

E tudo regado a peso, melodia e a todas as passagens e nuances configuradas como metal progressivo. Ainda assim, o disco está longe de ter vindo em uma caixinha. Se na abertura “At the End of Times” eles dão ênfase ao lado intricado, “Son of Desolation” explode como uma faixa power metal, nos moldes mais tradicionais.

Outro grande momento é quando flertam com o hard rock. “New World Order” é pegajosa e uma das apostas deste para o ponto alto das futuras apresentações ao vivo do grupo.

Já “Edge of Total Chaos” soa como um longo outtake, no melhor dos sentidos, do clássico Trilogy, de Yngwie Malmsteen. Inclusive é uma das faixas onde a cozinha mais brilha; do solo virtuoso mas dinâmico de Júnior Comper, à fantástica ambientação feita por Matheus Cutini nos teclados. Ecos de Tad Morose? Shadow Gallery? Sem mencionar, e já o fazendo, a escolha assertiva de Julliano (Forgotten Land) para comandar o microfone.

O bom e velho heavy metal tradicional também se faz presente na “God’s Wrath”, simulando com maestria a ira divina. “Knights of Apocalypse” foi o cartão de visitas do disco e não por acaso. Segundo o tecladista, a faixa “traz nossa formação definitiva e estabelece os propósitos de tudo que queremos fazer daqui pra frente.”

Se esse é o futuro da Lifeforce, então a espera valeu a pena: boa produção – assinatura da própria banda –, conceito eternamente em voga e composições que o ouvinte percebe que se trata de uma formação sedenta por evolução.

Apokalipsis tem cara de reestreia, e por esse mesmo motivo, se mostra aquém do muito que ainda podem fazer, ao mesmo tempo em que a marca deu um salto de qualidade em relação ao seu álbum de estreia. Agora é torcer para o mundo não acabar e eles nos brindem com mais discos inspirados.

Ainda:

+ A arte de Apokalipsis é assinada por Aurélio Lara, do Designlara Artwork.

+ Além de disponível nas plataformas de streaming, o álbum sairá no formato CD em breve.

Ouça na íntegra abaixo:

3 thoughts on “Lifeforce – Apokalipsis (2022)

  1. Diego Skda says:

    Diego Skda aqui, baixista da banda.

    Fico muito grato de poder ver a resenha e força do canal musical fortress.

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  2. Alexandre Lopes says:

    Muito honrado enter nossas músicas apreciadas por uma análise precisa e de muito conhecimento do estilo. Muito obrigado pelo apoio… Alexandre Lopes

    Responder

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