Dream Theater: neste dia, em 2003, “Train Of Thought” era lançado

Momento mais pesado da carreira da banda americana também foi um dos mais sombrios

Por Luiz Athayde

Mais uma vela para o momento mais pesado e sombrio da carreira do Dream Theater. Sim, neste exato dia, na classe de 2003, a banda americana lançava mundialmente o álbum Train Of Thought via carimbo Elektra/WEA.

Dream Theater em 2003 (Foto: Divulgação/Press)

Sua configuração veio quase que de modo usual: poucas músicas, porém, grandes. A ideia foi dialogar com o vigente cenário nu metal. Do jeito deles, claro. Leia-se: peso com doses cavalares de virtuosismo.

Portnoy chegou a comentar no documentário Chaos in Progress que eles queriam soar direto, com riffs mais pesados. Não é à toa que nomes como Pantera e Metallica são os mais latentes quando o papo envolve referências. Curiosamente, o baixista John Myung “puxa” os créditos de composição em absolutamente todas as faixas.

Também não houve um tema especifico, conceitual para o disco. “Honor Thy Father”, uma das canções mais brutais do registro, fala sobre o padrasto de Portnoy. Ao ser perguntado sobre o que inspirou, ele apenas respondeu que não sabia escrever sobre amor, então, resolveu compor uma canção de ódio. O tom agressivo dela diz tudo.

O vocalista James LaBrie também se inspirou em um ente (agora, querido). A letra de “Vacant” teve como matéria-prima uma inexplicada situação de saúde envolvendo sua filha. Prestes a completar sete anos, ela sofreu uma crise de epilepsia, passando por um período breve de coma.

Peças instrumentais também fazem parte da marca do som do Dream Theater, a exemplo de “Stream of Consiousness”. Nela há uma série de samples dos filmes The Royal Tenerbaums (Os Excêntricos, 2001), Magnolia (1999), At Close Range (Caminhos Violentos, 1986), Gente como a Gente (Ordinary People, 1980); e da série Oz (1997).

A música escolhida para single foi “As I Am”, por sinal, uma das mais fortes e queridas pelos fãs. Aliás, falando em receptividade, o disco foi bem nas paradas. Sua melhor posição se encontra nos países nórdicos; nono lugar na Suécia, Finlândia e Noruega.

Todavia, ao longo dos anos Train of Thought vem se tornando um item cada vez mais dividido entre críticas e resenhas. Uns ovacionam como clássico absoluto.

Outros, no entanto, alegam que o álbum é repleto de defeitos e já naquela época a banda havia se tornado mais do mesmo. De qualquer maneira, fato é que se trata de mais um registro marcante do Dream Theater; tanto pelo período pessoal de seus integrantes quanto o de mercado do qual a banda atravessava. E, no fim das contas, foi bem-sucedido.

Train of Info:

+ Entre os licenciamentos, lançamento mundial com direito a prensagem brasileira quase que simultaneamente à americana. Acredite, àquela altura, ainda era raro isso acontecer.

+ Disco sombrio pede capa condizente: a arte predominantemente escura é assinada por Jerry Uelsman (11/06/1934 – 04/04/2022). Ele também assinou capas de álbuns de Mike Oldfield e do Bon Jovi.

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